quarta-feira, 29 de julho de 2009

Civilização ou Barbárie?

Estamos diante, efetivamente, de dois modelos de civilização, cultura e consequentemente de educação. De um lado, o Estado( visto por Santo Agostinho. como um bando de ladrões reunidos em torno repressão) de Pernambuco, que se torna o arauto de uma civilização caracterizada pela vigilância e punição aos movimentos sociais, reeditando a atitude política no Brasil durante toda a primeira república( 1889-1930) de que as questões sociais deveriam e devem ser tratadas como caso de polícia. Uma outra caracteristica deste modelo de civilização imposto por nosso governo( que se diz socialista), refere-se a uma postura filosófica e teórica conhecida como INDIVIDUALISMO METODOLÓGICO. O individualismo metodológico, é uma corrente de pensamento que gira em torno de uma teoria econômica que privilegia a competitividade( BDE-Política de premiação- espécie de operários-escolas padrões) e consequentemente o mercado e os lucros da empresa em detrimento do trabalho e dos trabalhadores. Um dos grandes economistas e filósofos deste modelo de civilização, foi sem dúvida alguma, o escocês ADAM SMITH ( 1723-17900) . Para ele , o indivíduo, movido por seu próprio interesse, era responsável pela riqueza da nação. Esta tese serviu e serve de base para este modelo de civilização e educação em nosso estado, marcado pelo individualismo e desmantelamento dos movimentos sociais e populares.
Uma outra concepção alternativa ou melhor, oposta a este modelo de civilização e educação é a concepção produzida, pensada e sistematizada por Karl Marx. Para este autor, a essência humana reside nas relações sociais de maneira dinâmica e histórica ( teses contra Feuerbach- 1845). A civilização e educação devem ser pensada agora, além do capital e de seus valores e mecanismos de perpetuação do poder, entre eles a própria escola, que tem servido como espaço de disciplinamento e alienação de nosso alunos e professores. É preciso compreender que esta concepção marxista, baseada nas relações sociais, afirma que o que esta em jogo, não é a crise dos bancos, das industrias, da regulamentação do mercado, etc, mas é a crise de um modelo de civilização baseado na lógica do capitalismo, dos valores individualisata, do lucro e da competição.
Defender uma educação além do capital, é abraçar uma pedagogia que liberte os seres humanos de todo tipo de opressão e alienação imposto pelos aparelhos idéológicos do estado burguês( industria cultural de modo geral), é ser utópico, no sentido freiriano( Paulo Freire) que assevera, no seu livro PEDAGOGIA DO OPRIMIDO, que uma atitude utópica é caracterizada pela denúncia de todas as formas de injustiças e alienação impostas pela civilização burguesa e pelo anúncio de um outro tipo de civilização de uma sociedade sem oprimidos e opressores, onde a educação seja efetivamente um espaço de reflexão e alegria, e não de alienação e opressão-depressão dos professores e alunos.
Eis aí os dois modelos de civilização e educação, um defendido pelo Estado de Pernambuco, que se diz socialista na teoria e neoliberal na prática, incentivando valores burgueses e uma metodologia antidialógica na condução das questões sociais, características de regimes fascistas e nazistas e um outro modelo de civilização que prioriza as relações sociais ( marxistas) e uma atitude dialógica, não um diálogo com a opressão e seu arautos, mas que busca a união de todos os oprimidos. A grande questão é, de que lado estamos? Que tipo de civilização e educação queremos efetivamente construir? Acredito que um outro modelo de educação e civilização é possível, eis aí minha utopia.

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